A lei foi aprovada principalmente graças aos socialistas, que têm maioria absoluta no parlamento. Dos 230 deputados, 129 votaram a favor da lei e 81 votaram contra, informa a agência noticiosa francesa AFP. “Aprovamos a lei, que votámos várias vezes com uma maioria muito larga”, afirmou o deputado socialista Isabel Moreira, um dos principais defensores da descriminalização da eutanásia. A votação de hoje foi a quarta em três anos.
O texto da lei foi reformado várias vezes devido a comentários do presidente conservador Marcelo Rebelo de Sousa, que a vetou por duas vezes, e depois daquela em que foi impugnada mais duas vezes no Tribunal Constitucional, sobretudo devido à sua “ambiguidade”. A nova versão da lei estabelece agora que a eutanásia é permitida apenas nos casos em que “suicídio medicamente assistido não é possível devido à incapacidade física do paciente”. De acordo com relatos da mídia portuguesa, a lei pode entrar em vigor no outono.
Portugal juntar-se-á assim a alguns outros países europeus que já adotaram leis que permitem que doentes terminais sejam assistidos em fim de vida.
A Holanda foi a primeira a legalizar a eutanásia
Em abril de 2002, a Holanda tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar a eutanásia ativa, na qual médicos administram doses letais de medicamentos a pacientes que sofrem de uma doença incurável. Também legalizou o suicídio assistido, onde os pacientes podem receber ajuda para tirar a própria vida voluntariamente.
Foi seguido pela Bélgica em maio de 2002, que adotou a eutanásia e o suicídio assistido. O vizinho Luxemburgo descriminalizou a eutanásia e a morte assistida em 2009, seguido pela Espanha em junho de 2021, legalizando ambas as práticas.
A Suíça, que de outra forma proíbe a eutanásia, permite o suicídio assistido há décadas, tornando-se um destino para pacientes de toda a Europa que buscam ajuda para acabar com seu sofrimento. A Áustria também legalizou o suicídio assistido em 2022, depois que o tribunal constitucional do país decidiu que o país violou os direitos fundamentais dos cidadãos ao proibir a prática, segundo a AFP.