Ainda bem que temos temporadas. Se ao menos durasse. Mas é claro que esses “bloqueios”, como dizem os meteorologistas, quando o clima em uma área mais ampla não muda, quando persiste, têm os dois lados da moeda. Como aqui é ensolarado, quente e seco, deve ser chuvoso, mais nublado, mais frio em outros lugares, este último não necessariamente. Eles pagam o imposto pelos nossos dias maravilhosos em outro lugar. Sabemos onde, na Grécia, na Bulgária, na Turquia e talvez em Portugal. E também na França, não com enchentes, mas com calor. O que também é uma forma de clima extremo. Mesmo que você tenha 38 graus em setembro – este é muito ruim! Você tem um sentimento de culpa ou pelo menos um sentimento de que não deveria querer que esta situação continuasse indefinidamente (já que sabemos que não será para sempre em qualquer caso)? Claro, não é nossa culpa. O clima tem seus caprichos. Devido ao aquecimento global, está a alterar os seus padrões, que eram mais estáveis em condições climáticas mais uniformes, mas de uma forma diferente.
Perguntemo-nos como seria se pudéssemos influenciar os processos climáticos. Os ressentimentos levantariam rapidamente a tampa e, como se já não tivéssemos causas e “causas” suficientes para vários conflitos mútuos de um tipo e de outro, o clima provavelmente se tornaria a maior causa de instabilidade no mundo. Já se está a tornar um factor cada vez mais importante, mas felizmente não podemos culpar ninguém especificamente pelas consequências. Afinal, este é o esporte mais popular do mundo atualmente: encontrar um bode expiatório. Procuramos isso na política, na economia, nas relações mútuas. Quase sempre, quando algo não sai como imaginamos, surge a pergunta “de quem é a culpa”. É claro que nem todas as situações climáticas são tais que, se desfrutarmos de um clima realmente agradável aqui, outros lugares passarão fome por causa do clima. Boa sorte.
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