Lula sobre a Ucrânia: Não adianta dizer quem tem razão. A guerra deve acabar

Durante sua visita à Espanha, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pediu negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia: “Cometeu-se um erro e começou a guerra. Agora não adianta falar quem está certo e quem está errado. O que nós temos que fazer é acabar com a guerra”, disse ele em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitou a Espanha hoje como parte de sua primeira viagem à Europa desde que voltou ao cargo. Após conversas com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, ele criticou a invasão russa da Ucrânia, mas avaliou que agora não adianta falar quem tem razão nessa guerra e que a prioridade são as negociações de paz.

Ele disse isso depois de ter irritado recentemente os aliados ocidentais de Kiev ao declarar que, ao fornecer armas à Ucrânia, eles estavam prolongando a guerra lá, relata a agência de notícias francesa AFP.

“Ninguém pode duvidar que o Brasil condena a violação russa do território da Ucrânia. Aconteceu um erro e a guerra começou”, disse ele em Madri. “Agora não adianta falar sobre quem está certo e quem está errado. O que temos que fazer é acabar com a guerra”, acrescentou ele em entrevista coletiva conjunta com Sánchez. Ele novamente pediu negociações de paz sem pré-condições.

Luiz Inácio Lula da Silva e Pedro Sanchez
Juan Medina/REUTERS

Sanchez agradeceu por defender a paz, mas enfatizou que “não devemos esquecer que nesta guerra há um agressor e o agredido” e que o agressor é o presidente russo, Vladimir Putin. O conflito começou quando a Rússia atacou a Ucrânia em fevereiro passado, apontou.

Ex-presidente Jair Bolsonaro
Xi Jinping

Lula também achou que ninguém além dele está falando de paz na Ucrânia e que se sente “como um chorão no deserto”.

Em recente visita à China, Lula disse que Washington deveria parar de promover a guerra e que os EUA e a UE deveriam começar a falar em paz. Ele irritou a Ucrânia com sua visão de que a Rússia deveria entregar a península da Crimeia, que anexou em 2014. A UE, a Ucrânia e os EUA criticaram suas declarações, e Washington o acusou de repetir a propaganda russa e chinesa.

Na sua primeira digressão europeia, o político de esquerda visitou Portugal antes de ir para Espanha, onde também se evidenciaram diferenças de opinião sobre a guerra na Ucrânia. presidente português Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou no sábado que a Ucrânia tem o direito de se defender e liberar seu território. Rei da Espanha Filipe VI.que recebeu Lula hoje no Palácio Real de Madri, expressou opinião semelhante, relata a agência de notícias alemã dpa.

Depois de já ter servido como presidente do Brasil entre 2003 e 2010, a reeleição de Lula garantiu que o Brasil retornará como um ator-chave no cenário político mundial após quatro anos de relativo isolamento sob seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro. Ele prometeu desenvolver laços amistosos com todos os países.

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Renata Saldanha

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