Na França, novos protestos em massa contra a reforma da previdência



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O Ministério do Interior da França disse que cerca de 368.000 pessoas participaram de protestos em todo o país, menos da metade dos 800.000 para milhões, tanto quanto a polícia havia previsto antes das manifestações. Em Paris, 48.000 pessoas participaram dos comícios, enquanto a polícia esperava cerca de 100.000 participantes.

Os sindicatos esperavam mostrar sua força novamente com o comparecimento massivo de hoje, antes de uma semana crucial para a aprovação do projeto de lei no Parlamento.

Na terça-feira, a participação nos protestos antirreformas foi recorde, com 1,28 milhão de pessoas participando, segundo a polícia, e mais de três milhões, segundo os sindicatos.

O francês para hostil a reformas

Desde 19 de janeiro, este é o sétimo dia de protestos contra a reforma da previdência, com a qual Macron quer elevar a idade mínima de aposentadoria dos atuais 62 para 64 anos.

Segundo as pesquisas, os franceses são em sua maioria hostis à reforma, por considerá-la particularmente injusta para mulheres e trabalhadores que trabalham duro. Por outro lado, a maioria dos franceses apoia protestos e greves contra ela.

Macron insiste que a reforma é necessária, pois o governo decidiu aumentar a idade de aposentadoria devido à deterioração da situação financeira dos fundos de pensão e ao envelhecimento da população. Na sexta-feira, ele rejeitou o pedido do sindicato para uma reunião. Ele enfatizou que após as consultas realizadas com eles pelo Primeiro-Ministro Elisabeth Borneagora é a vez do parlamento.


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Aguardando a votação

A lei de reforma está agora sendo considerada pela câmara alta do Parlamento, o Senado, que também se reuniu hoje.

Como depois de mais de uma semana ainda tem que tratar de cerca de 680 emendas à lei, ele é ministro do Trabalho Olivier Dussopt na sexta-feira mencionou a possibilidade de usar um dispositivo constitucional, segundo o qual os senadores votariam apenas o texto integral da lei, no qual eles manteriam apenas 70 emendas do governo.

Mesmo sem discussão ou votação, os proponentes puderam apresentar as demais emendas. Com isso, a esquerda da oposição ainda tem esperança de que o Senado não vote o texto para à meia-noite de domingo, uma vez que o prazo já está definido.


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Lixo e interrupções no trânsito em Paris

Depois que Macron se recusou a se reunir na sexta-feira, os sindicatos expressaram desapontamento por ele não estar levando em consideração os trabalhadores e ameaçaram mais prisões. Ainda é incerto se os sindicatos continuarão com os fechamentos e novas greves que ocorrem desde terça-feira e afetam transporte, energia e outros setores estratégicos.

O lixo está se acumulando em alguns bairros de Paris, pois segundo dados da prefeitura, 3.700 toneladas de lixo não foram removidas na quinta-feira. Devido à greve dos controladores de tráfego aéreo, a Autoridade Francesa de Transporte Aéreo pediu às companhias aéreas que cancelassem 20% dos voos programados em vários aeroportos para hoje e domingo.

Companhia Ferroviária Nacional SNCF anunciou entretanto que a circulação ferroviária vai manter-se este fim-de-semana “gravemente perturbado”.

Estela Costa

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