Portugal viu-se no meio de um escândalo de corrupção em grande escala que afastou o primeiro-ministro do cargo António Costa. O antigo primeiro-ministro socialista demitiu-se poucas horas depois de um círculo dos seus associados mais próximos se ter encontrado no meio de uma investigação criminal por alegado uso indevido de fundos, corrupção e tráfico de influência no sector da energia.
Após a eclosão do escândalo, Costa, que ascendeu à chefia do governo português há oito anos, à presidência do país Para Marcelo Rebelo de Sousa apresentou sua demissão. “As funções do primeiro-ministro não são compatíveis com qualquer dúvida sobre a minha integridade. Nestas circunstâncias, apresentei a minha demissão ao Presidente da República, que terá agora de aceitá-la oficialmente”, anunciou Costa.
No âmbito das investigações, o Ministério Público português anunciou que já apresentou acusação contra o ministro das Infraestruturas João Galambomas tudo indicava que o caso ainda não havia terminado.
Uma investigação separada focada em Costa também foi aberta
A declaração do procurador afirmou que os suspeitos interrogados durante a investigação mencionaram frequentemente o “nome e autoridade” do primeiro-ministro. Em resposta, foi lançada uma investigação separada com foco em Costa, entre outros. O Ministério Público publicou a declaração após uma série de investigações internas, inclusive nos ministérios do meio ambiente e infraestrutura e no gabinete do primeiro-ministro.
A declaração do procurador afirmou que os suspeitos interrogados durante a investigação mencionaram frequentemente o “nome e autoridade” do primeiro-ministro. FOTO: Patrícia De Melo Moreira/Afp
A investigação centra-se no polémico tratamento das concessões de extração de lítio e no projeto de produção de hidrogénio e do data center, que a empresa Start Campus deverá construir na cidade de Sines. O projecto deverá ser financiado com vários milhares de milhões de euros de fundos europeus.
Segundo o Ministério Público, a polícia deteve até ao momento o chefe do gabinete do primeiro-ministro, Vitor Escaria, e, segundo a imprensa local, também o seu assessor. Diogo Lacerdo e o presidente da Câmara de Sines Freira de Mascarenhasrelata o portal de Bruxelas Política. No âmbito da investigação, o Ministério Público também emitiu uma acusação contra o presidente do conselho executivo da Agência Portuguesa de Proteção do Ambiente, noticia a agência noticiosa francesa AFP.
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