O line-up deste ano de mais de 40 artistas inclui os roqueiros veteranos Xutos & Pontapés a rapper feminista Capicua e fado diva Aldina Duarte. Tanto os fãs como as bandas ultrapassam as linhas partidárias: o antigo líder de centro-direita Marcelo Rebelo de Sousa, agora presidente do país, era um participante regular.
Independentemente da sua filiação política, os festivaleiros pagam um bom dinheiro para participar. Os ingressos para três dias custam a partir de 26 euros e a festa arrecadou mais de 2 milhões de euros com o evento no ano passado. Isto compara com 3,4 milhões de euros em quotas de adesão, de acordo com os resultados oficiais do PCP.
O governo aceita o argumento do PCP de que a natureza política da Festa do Avante! isenta-a da proibição de festivais de música durante o Verão, imposta em Maio.
“Nem a Constituição nem a lei nos permitem proibir iniciativas ou actividades políticas”, disse Mariana Vieira da Silva, Ministra da Modernização Administrativa, numa conferência de imprensa na quinta-feira passada. “Sem o estado de emergência, que já não existe, os acontecimentos políticos não dependem da aprovação do governo”.
Camaradas mascarados
Os comunistas insistem que irão aplicar normas de segurança rigorosas no local do festival ribeirinho a sul de Lisboa e no parque de campismo adjacente.
O PCP anunciou na passada sexta-feira que vai limitar o número de presenças diárias a um terço do máximo do ano passado. Os horários serão reduzidos, serão criados corredores para a circulação segura dos espectadores, as condições sanitárias serão reforçadas nos restaurantes e banheiros e as máscaras serão obrigatórias na maior parte do local, disse o partido.