Um padre português Guilherme Peixoto fez seu nome tocando música eletrônica perto de sua igreja em uma pequena vila portuguesa. Agora ele é conhecido além das fronteiras de sua casa e se apresenta nas melhores casas noturnas do mundo, mas seu objetivo – espalhar esperança por meio da música – não mudou.
Há alguns dias, centenas de jovens e velhos foram a um festival de música em Laundos, norte de Portugal, onde Peixoto, de 49 anos, vestido com uma camisa preta com gola de padre, ficou atrás do balcão. Uma das primeiras músicas do seu set incluía trechos de um discurso histórico Martin Luther King Júnior. I Have a Dream, e o padre DJ então misturou músicas religiosas com música techno.
“Fazer uma noite para um espaço seguro é sempre um grande desafio e tem que começar com a música, a energia que você transmite, a mensagem que você compartilha”, Peixoto se dirigiu aos participantes do festival Ar de Rock. Muitos dançarinos foram até ele após a apresentação para tirar fotos com ele e bater um papo.
Em 2019, durante uma peregrinação ao Vaticano, ele pediu ao Papa Francisco que abençoasse seus fones de ouvido.
Peixoto, que tem mais de 900 mil seguidores no Instagram, também toca em outros lugares. Ele se apresentou recentemente em um dos clubes mais famosos do mundo, o Hi Ibiza, e também tem shows planejados na Itália, Espanha e Suíça. No ano passado, ele também foi convidado para se apresentar durante a visita do Papa Francisco em Portugal na Jornada Mundial da Juventude.
A música é tão importante para ele que em 2019, durante uma peregrinação ao Vaticano, ele pediu ao Papa que abençoasse seus fones de ouvido. A paixão de Peixoto pela música começou em tenra idade e cresceu até no seminário. Enquanto servia como capelão do exército no Afeganistão em 2010, ele organizou eventos sociais para soldados e começou a explorar o mundo do DJing. Quando voltou para casa, matriculou-se na escola de DJ e tem se apresentado regularmente desde então.
Centenas de jovens e idosos compareceram ao festival em sua cidade natal. FOTO: Pedro Nunes/Reuters
“Ser padre é estar entre as pessoas e ajudá-las a entender que, se tiverem valores, não os perderão só porque saem à noite para festejar”, enfatiza Guilherme Peixoto. Logo na manhã seguinte ao festival em Laundos, que durou até altas horas da madrugada, ele estava celebrando missa em um casamento próximo, trocando sua camisa clerical preta por uma longa túnica branca e seus fones de ouvido por uma Bíblia. “Não posso levar este livro para a pista de dança, mas posso permanecer fiel aos meus princípios: falar de Cristo, tolerância, fé e amor”, diz o padre DJ.
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