A líder do Partido Comunista de Portugal, Paula Santos, acusou o Primeiro-Ministro António Costa de lançar dúvidas sobre o futuro da companhia aérea nacional TAP durante a primeira leitura da lei do Orçamento do Estado para 2024, reiterando a sua visão sobre o papel estratégico da companhia aérea e a necessidade de a manter sob domínio público. ao controle.
Comentando a importância estratégica da TAP para o país, Santos comentou anteriormente que “não há multinacional estrangeira que possa garantir o serviço público, que possa garantir o hub de Lisboa, a coesão, a ligação entre Portugal continental e as ilhas, a ligação com as comunidades portuguesas”. .
Após a apresentação do orçamento de 2024 por Costa, o líder comunista afirmou: “A TAP é estratégica para o desenvolvimento do país”, afirmando que “só controlo público da TAPao serviço dos interesses nacionais, é a solução”.
O Governo “não chegou a tempo de cometer este crime económico. Chegou a tempo de impedir a privatização da TAP”, acrescentou.
“O que vão fazer? Vão dar o passo em direção ao precipício ou vão fazer a coisa certa e garantir o controlo público e o desenvolvimento da TAP?” ela perguntou.
Em resposta ao Partido Comunista, Costa sublinhou que o governo já definiu “muito bem quais são os critérios relativamente à privatização da TAP”, sendo o “último critério o preço” e o primeiro a “preservação da importância estratégica”. da empresa para a economia nacional e para o hub de Lisboa.
“É por isso que tenho a tranquilidade de lhe dizer: se, na hipótese que coloca, o hub de Lisboa não estiver garantido e a função estratégica não estiver garantida, então não haverá privatização”, afirmou, garantindo que “ a privatização ocorrerá no estrito cumprimento da vocação estratégica da TAP”.
“Por isso adquirimos a parte necessária do capital em 2015, por isso fizemos o aumento de capital em 2020, e não é agora que, na privatização, vamos vender o que foi conseguido”, acrescentou.
Contudo, “para atingir este objetivo não é necessário ter 100% do capital ou mesmo 51% do capital. Depende de quem é o sócio e qual é o pacto social entre os sócios”, frisou ainda.
No seu discurso, Santos argumentou que a proposta orçamental do governo não só falha na resposta aos “problemas prementes”, mas na verdade os agrava, criticando a “enorme operação de propaganda para tentar enganar as pessoas sobre o que o orçamento não é e esconder o que é”. realmente é”.
“O governo optou por um orçamento que limita os aumentos salariais e de pensões, não promove o investimento público e o que estava planeado não foi implementado”, acrescentou.
“O que falta aos trabalhadores e ao povo está a ser transferido para os lucros dos grupos económicos”, acrescentou, acusando o executivo de não aumentar significativamente os salários quando sabe que “há dinheiro”.
“O próprio governo reconhece que há recursos. Contenta-se com o excedente orçamental, com a redução do défice e da dívida para além do previsto (…) Para que serve o excedente orçamental se as pessoas vivem pior?” ela perguntou.
Mas a proposta orçamental está precisamente “centrada no reforço dos rendimentos familiares, no aumento dos rendimentos e na proteção do futuro”, acrescentou Costa.
(Tiago Almeida, editado por Cristina Cardoso | Lusa.pt)