Socialistas portugueses obtêm maioria absoluta no parlamento

Primeiro-ministro do Partido Socialista (PS) de Portugal Antonio Costa ganhou a maioria absoluta nas eleições antecipadas de domingo, de acordo com os resultados oficiais anunciados no início do dia. O partido recebeu 41,7 por cento dos votos e garantiu 117 dos 230 assentos no parlamento, informam agências de notícias estrangeiras.

Falando após o anúncio dos resultados ontem, o primeiro-ministro português Costa prometeu diálogo e garantiu que governaria para todos os portugueses. “Maioria absoluta não significa poder absoluto. Não governaremos sozinhos”, afirmou.

O maior Partido Social Democrático (PSD) da oposição rui rio recebeu pouco menos de 28 por cento dos votos e 71 assentos no parlamento.

O partido populista de extrema direita Chega (Chega), que entrou no parlamento pela primeira vez nas últimas eleições parlamentares de 2019 com um deputado após 1,3% de apoio, tornou-se agora o terceiro partido parlamentar mais forte. Ou seja, ela ganhou pouco mais de sete por cento dos votos, o que lhe dá 12 deputados. “A partir de agora não haverá oposição branda. Assumimos o papel de verdadeira oposição aos socialistas e de restituição da dignidade ao país”, anunciou o líder partidário André Ventura.

Quando os resultados foram anunciados, menos de um por cento das cédulas não foram contadas. Mais quatro cadeiras permanecem sem distribuição, pois também aguardam cédulas do exterior. Em 2019, segundo esta contagem, o PS conquistou mais dois mandatos parlamentares.

Líder do partido populista de extrema-direita André Ventura.  FOTO: Stringer/Reuters

Líder do partido populista de extrema-direita André Ventura. FOTO: Stringer/Reuters

Sob o complexo sistema eleitoral de Portugal, uma maioria absoluta no parlamento é possível com cerca de 41% de apoio. Antes das eleições, a maioria das sondagens previa uma vitória apertada do PS e que não conseguiria obter a maioria absoluta, o que tornaria Costa dependente do apoio de pequenos partidos de esquerda.

Costa, que é primeiro-ministro desde 2015, até agora liderou dois governos minoritários com o apoio de partidos menores de esquerda. Na última eleição, em 2019, seu partido obteve 36,3% dos votos e teve 108 deputados.

Durante a campanha, o ex-primeiro-ministro português prometeu continuar as políticas anteriores. Quer continuar a estimular a economia e a reduzir as desigualdades sociais, ao mesmo tempo que estabiliza as finanças públicas.

Eleições parlamentares antecipadas – o mandato regular terminaria em outubro de 2023 – é o presidente do país Marcelo Rebelo de Sousa anunciado em novembro passado, depois que Costa não conseguiu obter apoio no parlamento para a proposta orçamentária deste ano preparada por seu governo minoritário. O orçamento não foi aprovado pela primeira vez desde o estabelecimento da democracia em 1974, após décadas de ditadura de direita.

Paulino Leitão

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