GG/STA
11/07/2023, 17h26
Atualizado: 7 de novembro de 2023, 17h27
O primeiro-ministro português, António Costa, demitiu-se hoje na sequência da eclosão do escândalo sobre alegada utilização indevida de fundos, corrupção e tráfico de influência no setor energético.
“As funções do Primeiro-Ministro não são compatíveis com qualquer dúvida sobre a minha integridade. Nestas circunstâncias, apresentei a minha demissão ao Presidente da República, que terá agora de a aceitar oficialmente”, disse. ele anunciou Costa. Pouco depois, ele é o presidente do país Marcel Rebelde de Sousa também aceitou a sua demissão e convocou uma reunião com os partidos parlamentares sobre o tema das eleições antecipadas para quarta-feira.
No comunicado do Ministério Público Estadual, consta que os suspeitos interrogados durante a investigação citaram frequentemente “nome e autoridade” o primeiro ministro. À luz disto, está também em curso uma investigação separada, centrada, entre outros, em Costa. O Ministério Público publicou a declaração após uma série de investigações internas, inclusive nos ministérios do meio ambiente e de infraestrutura e no gabinete do primeiro-ministro. Segundo a imprensa local, Costa reuniu-se com o presidente português pouco depois do início das investigações. À saída do palácio presidencial, a emissora pública RTP noticiou que o presidente tinha uma chamada telefónica com o procurador-geral português Lucílio Gago.
A investigação centra-se no polémico tratamento das concessões de extração de lítio e num projeto de produção de hidrogénio e de um data center, que a empresa Start Campus deverá construir na cidade de Sines. O projecto deverá ser financiado com vários milhares de milhões de euros de fundos europeus. Segundo o Ministério Público, a polícia deteve até agora o chefe do gabinete do primeiro-ministro Vitor Escárioe de acordo com a mídia local, também seu conselheiro Diogo Lacerdo e o presidente da Câmara de Sines Freira de Mascarenhasrelata o portal Politico de Bruxelas.
No âmbito da investigação, o Ministério Público também acusou o presidente do conselho executivo da Agência Portuguesa de Proteção do Ambiente.