O Vaticano retirou o selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no início de agosto devido a críticas.
marca, lançado em 16 de maio, mostra o Papa Francisco conduzindo os jovens para o futuro. O selo representa o conhecido Monumento Português aos Descobrimentos, que também relembra a época do colonialismo, que, segundo o portal web Notícias do Vaticano causou muitas críticas e desaprovação do público. Como resultado, o Governatorato do Vaticano anunciou que a Jornada Mundial da Juventude será assinalada com outro selo, que está actualmente a ser preparado.
Segundo os críticos, a ligação com o Monumento aos Descobrimentos e Henrik Pomorščak lembra-nos o passado colonialista, que nada tem a ver com a mensagem de fraternidade universal do Papa Francisco.
O Monumento aos Descobrimentos, representado no selo controverso, fica às margens do rio Tejo, no bairro de Belém, em Lisboa. Foi erguido em 1960, no 500º aniversário da morte de Henrik Pomorščak, e serviu para comemorar a época dos descobrimentos portugueses. Tal como no monumento em forma de navio, Henrik, o Marinheiro, na proa conduz a tripulação na descoberta de um novo mundo, no selo o Papa Francisco conduz os jovens e a Igreja, representada pela Arca de Pedro, para o futuro.
Apesar da mudança de “tripulação”, a marca do Vaticano encontrou muitas reações negativas: a ligação com o Monumento aos Descobrimentos e Henrik, o Marítimo, segundo os críticos, lembra o passado colonialista, que nada tem a ver com a mensagem do Papa Francisco de fraternidade universal.
Segundo a mídia católica americana, alguns críticos também criticaram a escolha da imagem do selo como uma reminiscência da propaganda da ditadura de Salazar. O monumento retratado foi construído numa época em que a ditadura procurava fortalecer o sentimento nacionalista e apoiar a expansão colonial de Portugal em África.
Segundo os organizadores do SDM, a marca pretende apenas divulgar o encontro do Papa com os jovens, sem qualquer referência ao passado.
O bispo português Carlos Moreira Azevedo, delegado da Pontifícia Comissão das Ciências Históricas, classificou o selo comemorativo de “sem gosto”, enquanto um porta-voz da Jornada Mundial da Juventude disse à estação de rádio Renascimento, que é propriedade do Patriarcado de Lisboa, disse inicialmente que as polémicas nas redes sociais eram “algo completamente normal” e que era importante “não distorcer os objetivos fundamentais”. Segundo os organizadores do SDM, a marca pretende apenas divulgar o encontro do Papa com os jovens, sem qualquer referência ao passado.
No entanto, a governadoria anunciou que retirou o selo e que o escritório filatélico já estava a preparar uma nova emissão para o SDM de Lisboa.
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