Revelada a identidade do bravo torcedor que entrou em campo no Catar (foto + vídeo)

Mesmo na Copa do Mundo no Catar, houve um torcedor ou ativista bastante ousado que, apesar das leis proverbialmente rígidas, interrompeu a reunião e entregou uma mensagem ao público mundial.

O menino usava uma camiseta azul com Superman no peito ‘Salvar a Ucrânia’ (salvar a Ucrânia), com as palavras no verso, ele expressou seu respeito pelas mulheres iranianas (‘Respeito pelas mulheres iranianas’), e ele segurava uma bandeira do arco-íris em suas mãos em apoio à comunidade LGBTIQ – pela igualdade de todas as pessoas.

O ativista interrompeu ontem à noite o jogo entre Portugal e Uruguai, ocorrido no início do segundo tempo. Não demorou muito, mas o suficiente para que a mensagem se espalhasse pelo mundo. Por fim, os seguranças derrubaram o menino no chão e o tiraram do campo. Onde? Quem sabe. Muitos comentários nas redes sociais não são um bom presságio para ele, dizendo que esta foi sua última foto, seu último ato.

A questão é se os catarianos abrirão uma exceção, suavizarão e pouparão o menino diante dos apelos cada vez mais massivos do público mundial. Assim como seria interessante saber quais as possíveis consequências que o ativista pensava em um país árabe.

Quem realmente é o ativista que parou a partida no Catar?
O nome dele é Mário Ferri, eles o chamam de ‘Il Falco’ ou o falcão. Ele é um jogador de futebol profissional que foi membro da equipe indiana da segunda divisão United Sports Club. Quando a liga indiana foi suspensa na primavera devido à pandemia de coronavírus, ele voltou para sua terra natal, Pescara.

Não é a primeira vez que Ferri invade o campo durante um jogo de futebol. Na verdade, tem um histórico bastante substancial de tais campanhas. Em 2009, por exemplo, ele interrompeu a partida entre Itália e Holanda e cobrou a convocação de Antonio Cassano para a seleção italiana para a Copa do Mundo um ano depois, na África do Sul. Ao contrário de Cassano, que não estava na lista de jogadores, o ativista viajou para o Continente Negro e chamou a atenção para si com um recado ao técnico italiano Marcello Lippi: “Eu te disse!” (Eu te disse!)

Mais tarde ele se tornou mais humanitário, suas mensagens também eram políticas. Digamos ‘Liberte Sakineh’ (livre Sakineh), defendendo uma mulher iraniana, Sakineh Mohammadi Ashtiani, que enfrentava a pena de morte por apedrejamento. No final, a menina foi libertada após nove anos de prisão. Na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, Ferri interrompeu encontro entre Bélgica e Estados Unidos para anunciar ‘Salvem as Crianças das Favelas’ (Salve as crianças das favelas).

Mário Ferri 1

No último período, ele se concentrou em ajudar a Ucrânia. Logo após o início da guerra, ele viajou para o sudeste da Polônia, onde ajudou refugiados ucranianos a cruzar a fronteira. Ele supostamente alugou um carro e salvou pelo menos 60 ucranianos dos horrores da guerra.

Depois do jogo de ontem, os portugueses apoiaram-no publicamente. Meio-campista e membro do Wolverhamton da Inglaterra ruben neves ele até pediu aos funcionários do comitê organizador e ao estado do Catar que não fossem muito rígidos e duros com ele. “Estamos todos com ele e concordamos com suas mensagens. Esperamos que nada aconteça com ele porque entendemos o que ele queria transmitir ao mundo. Acho que o mundo inteiro deveria entender isso.”

Seu companheiro de equipe Bruno Fernandes ele admitiu que nem viu muito bem que mensagem o menino estava espalhando. Em seguida, acrescentou que respeita os direitos humanos, mas são questões políticas, que, infelizmente, nós, humanos, não temos poder suficiente para mudar. “Infelizmente, não podemos mudar muito.”

Egídio Pascoal

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