Jovens processam 33 países, incluindo a Eslovénia, por causa do aquecimento global

Um grupo de jovens portugueses apresentou uma ação no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (CEDH) contra 33 países, acusando-os de não fazerem o suficiente para travar o aquecimento global. É o primeiro caso deste tipo perante o referido tribunal de Estrasburgo, que, se for bem-sucedido, poderá ter consequências juridicamente vinculativas para os países envolvidos.

Seis homens portugueses, com idades entre os onze e os 24 anos, apresentaram uma ação judicial contra o governo português e os governos de outros 32 países, incluindo todos os membros da UE, bem como o Reino Unido, a Noruega, a Suíça e a Turquia.

Os seis alegam que os seus direitos fundamentais, incluindo o direito à vida, à privacidade e à vida familiar, foram violados.

Os países são acusados ​​de não tomarem medidas suficientes contra as alterações climáticas e de não conseguirem reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa o suficiente para cumprir o objectivo do acordo climático de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.

É o primeiro caso deste tipo levado perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em Estrasburgo. Se for bem-sucedido, poderá ter consequências juridicamente vinculativas para os governos envolvidos, segundo agências de notícias estrangeiras.

Eles foram a causa da ação os incêndios devastadores de 2017 em Portugal, nos quais morreram mais de uma centena de pessoase enormes áreas florestais foram destruídas.

A primeira audiência do caso realizou-se hoje e o veredicto é esperado no próximo ano, noticia a agência de notícias alemã APD.

Um dos demandantes Martim Duarte Agostinho ele alertou que não deveríamos perder tempo. “Sem medidas urgentes para reduzir as emissões, o meu local de residência tornar-se-á em breve um forno insuportável”, disse o jovem de 20 anos, natural de Leiria, na audiência.

Uma porta-voz dos seis jovens portugueses disse que mais de 80 advogados estiveram hoje presentes na sala do tribunal em nome dos governos arguidos, enquanto os demandantes foram representados por apenas seis advogados. Gearoid O Cuinn, O diretor da organização não governamental Global Legal Action Network (GLAN), que apoia e aconselha os portugueses no seu processo, comparou o caso a uma batalha entre David e Golias.

Tribunal em Estrasburgo, segundo a agência de notícias francesa AFP leva o caso a sério e o marcou como uma questão prioritária. Como disse uma fonte do TEDH, é um caso único, especialmente considerando o número de países processados ​​de uma só vez e a importância da questão climática.

Renata Saldanha

"Viciado em álcool incondicional. Solucionador de problemas ao longo da vida. Especialista em bacon. Defensor de viagens. Praticante de TV orgulhoso. Explorador freelance. Leitor amador."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *