Matej Hus
12 de fevereiro de 2014 às 21:07:21
Em julho, Brasil e Espanha iniciarão a construção de um novo cabo submarino que ligará Fortaleza do Brasil à costa portuguesa. O cabo aumentará a capacidade das conexões de transmissão entre a Europa e a América Latina, e a razão imediata para a rápida decisão de construí-lo é a escuta americana de todo o tráfego que flui através do território americano.
A divulgação de Snowden no ano passado estragou bastante planeja construir um novo cabo submarino entre o Brasil e os EUA. O director da operadora brasileira Telebras disse que a construção desta ligação já não é uma prioridade, mas que vão apostar na ligação com África via Angola, com a Europa via Portugal e na ligação local entre Fortaleza e São Paulo.
O Brasil depende quase inteiramente dos EUA para conexões internacionais de internet. Atualmente está conectado à Europa e à África por apenas um cabo submarino de quatorze anos (Atlântida II), que tem uma capacidade de transmissão muito reduzida para as necessidades actuais e é sobretudo utilizado para tráfego telefónico. Todos os outros links eles vão para os EUA ou outros países latino-americanos.
O Atlantis II é, portanto, o único cabo submarino que liga diretamente qualquer país sul-americano à Europa. Sua capacidade atual é de 20 Gb/s, mas pode ser aumentada em no máximo duas vezes. Foi lançado em 2010, custou 370 milhões de dólares, e participaram do projeto a brasileira Embratel, a Deutsche Telekom, a Telecom Itália, a francesa STET e a espanhola Telefonica. Construir uma nova ligação tornou-se, portanto, a primeira prioridade.
Em primeiro lugar, notaremos que o custo de construção de links submarinos de fibra óptica caiu consideravelmente, já que o novo cabo custará cerca de 185 milhões de dólares. O cabo será instalado por uma empresa brasileira de propriedade da brasileira Telebras (35 por cento), da espanhola IslaLink Submarine Cables (45 por cento) e de um fundo brasileiro. O cabo partirá de Fortaleza, no Brasil, que é o centro de links submarinos de fibra óptica do Brasil, e tornará o acesso à Internet mais barato e com menor latência. Deve começar a funcionar 18 meses após o início da construção.
O Brasil não escondeu seu desejo de maximizar a independência da Internet devido às escutas telefônicas da NSA. Além da nova ligação com a Europa, foram retomados os planos para um anel óptico sul-americano, que circundaria o continente e permitiria a ligação de 12 países à Europa e à África.
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