Portugal está de luto por Mário Soares, uma das figuras-chave da transição na década de 1970

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Soares com o Papa João Paulo II. Foto: EPA

O ex-político, que também foi ministro dos Negócios Estrangeiros e eurodeputado, deu entrada no hospital no dia 13 de dezembro e desde então passou a maior parte do tempo em coma.

O rei, como foi apelidado, foi o fundador do Partido Socialista Português, depois foi primeiro-ministro três vezes, e depois liderou o país como presidente durante dez anos. Devido às suas atividades políticas, foi preso diversas vezes e também expulso do país. É considerado o pai da democracia portuguesa moderna.

Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu a 7 de dezembro de 1924 em Lisboa, cresceu no seio de uma família que se opunha à ditadura de António Salazar. O seu pai, João Soares, um padre deposto, lutou contra o regime durante décadas. Soares também defendeu opositores ao regime como advogado
tribunais e encontrou-se repetidamente na prisão e também no exílio.

“Hoje, Portugal perdeu o pai da liberdade e da democracia, a personificação e o rosto com que a maioria dos portugueses equipara o regime que nasceu a 25 de Abril de 1974,“, afirmou o Partido Socialista em comunicado de imprensa. O governo anunciou três dias de luto. A referida data é uma das datas-chave da história moderna portuguesa: foi então que começou a Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura salazarista, que depois da morte de António de Oliveira Salazar em 1968 Marcelo Caetano.

Soares foi um humanista conhecido pela sua espontaneidade e cordialidade. Autoproclamado agnóstico, ele acreditava em “a humanidade e seu progresso“, eles o levaram”um grande desejo de vida e uma imensa curiosidade“.

Em 1976, Portugal obtém o seu primeiro governo democrático
Soares liderou então o primeiro governo eleito democraticamente a partir de 1976. Mais tarde, voltou a chefiar o governo entre 1983 e 1985, e um ano depois tornou-se presidente. Após dois mandatos em 1996, no auge de sua popularidade, retirou-se do cenário político. Uma de suas últimas aparições públicas foi em 2014, quando visitou o ex-primeiro-ministro José Sócrates, preso.

Muitos estadistas reagiram à notícia da sua morte, incluindo o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que apresentou as suas sinceras condolências aos portugueses.

Estela Costa

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