Matej Hus
26 de maio de 2023 às 19h48min40s
O governo português prepara-se para proibir a utilização de equipamentos Huawei na construção e operação da rede 5G nacional. O Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço (Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço) adotou na terça-feira a resolução, que proíbe formalmente o uso de equipamentos chineses em redes 5G e 4G. O conselho é um órgão consultivo do governo, e suas resoluções são normalmente seguidas.
A resolução refere-se a um relatório sobre segurança de equipamentos para uso em redes públicas de telecomunicações, que não é público. Ao mesmo tempo, refere os riscos que podem surgir quando a União Europeia ou Portugal não tenham acordos assinados com o país produtor do equipamento sobre proteção de dados pessoais, segurança na Internet ou proteção da propriedade intelectual, e quando não se trate de um membro da UE, OTAN ou OCDE. A China é um exemplo desse tipo de país.
O caso português é importante porque é um dos maiores utilizadores de equipamentos da Huawei. Os investimentos chineses no país estão entre os maiores (per capita), e o primeiro-ministro António Costa enfatizou ainda em 2019 que a China respeita integralmente todas as regras e regulamentos. A resolução representa, assim, uma mudança radical na política portuguesa face à China.
A Huawei respondeu explicando que não foi informada sobre a resolução com antecedência, que não havia recebido nenhuma pergunta a esse respeito e que ainda estava avaliando as consequências. A empresa negou repetidamente ter qualquer vínculo com as autoridades chinesas. Os EUA e alguns membros da UE não acreditam nisso, então eles também baniram ou restringiram severamente o uso de sua tecnologia. Caracteriza-se como produtor de alto risco (fornecedor de alto risco). Por sugestão dos EUA, Grã-Bretanha, Dinamarca, Suécia, Lituânia, Letônia também proibiu seu uso. A Alemanha resistiu por muito tempo, mas isso pode mudar em breve.