Navio de ataque Houthis no Mar da Arábia: uma nova dimensão das capacidades rebeldes
Um navio porta-contentores de bandeira portuguesa chamado MSC Orion foi alvo de um ataque de drone numa parte remota do Mar da Arábia. Este evento causou preocupação significativa entre analistas internacionais e governos sobre o novo nível de capacidade demonstrado pelos rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão.
O ataque, ocorrido na última sexta-feira a cerca de 600 quilómetros da costa do Iémen, representa o primeiro ataque deste tipo em alto mar pelo qual os Houthis assumiram a responsabilidade. O incidente sugere a possibilidade de os Houthis – ou o seu apoiante, o Irão – poderem agora lançar ataques no Oceano Índico. O Centro Conjunto de Informações Marítimas disse que o navio, que estava a caminho de Omã, sofreu apenas pequenos danos e todos os tripulantes saíram ilesos. Detritos que se acredita serem de um drone foram encontrados a bordo.
Resposta
O MSC Orion, operado pela Zodiac Maritime, com sede em Londres, propriedade do bilionário israelense Eyal Ofer, provavelmente foi alvo devido à sua suposta conexão israelense. O ataque levantou questões sobre as capacidades dos Houthis, uma vez que a sua área tradicional de operações inclui o Mar Vermelho, o Golfo de Aden e o estreito de Bab el-Mandeb, que estão muito mais próximos da costa do Iémen.
Analistas e países ocidentais têm apontado durante anos para o papel do Irão no fornecimento aos Houthis na sua longa guerra no Iémen, incluindo um ataque aos campos petrolíferos sauditas em 2019, que reduziu temporariamente e severamente a produção de energia da Arábia Saudita. Além disso, o Irão apreendeu recentemente o navio MSC Aries, de bandeira portuguesa, poucos dias antes de outro ataque de drones a Israel.
Os Houthis dizem que os seus ataques a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden visam Israel, com o objectivo de pressionar o país a pôr fim à sua guerra contra o Hamas em Gaza. Estas tensões acentuaram-se ainda mais na sequência dos recentes ataques perpetrados por extremistas do Hamas contra Israel, que custaram mais de 1.200 vidas.
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