Faleceu a poetisa Ana Luisa Amaral, convidada de honra do ano passado nas Jornadas da Poesia e do Vinho



Ana Luisa Amaral (5 de abril de 1956 – 5 de agosto de 2022). Foto: Editora Beletrina

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Ana Luísa Amaral e poemas reunidos em torno da pergunta “O que é um nome?”

Ana Luísa Amaral morreu aos 67 anos, aos 67 anos, na noite de sexta-feira, aos 67 anos, anunciou a Universidade do Porto, onde trabalhava como professora de literatura e cultura inglesa e americana.

O autor lisboeta deixou um extenso corpo de obras de poesia, prosa, teatro e ensaio, bem como literatura infantil. Tradutora consagrada, traduziu muitas obras para o português, incluindo poemas por William Shakespeare e Emily Dickinsononde ela se baseou em particular na teoria feminista ao pesquisar a literatura.

Ana Luísa Amaral: Mediterrâneo

Mares de Homero não mais

eles não trazem seus navios esbeltosem nome do inominável, continua.
através de desertos arenosos, desertos sem
sentido, continua. em rostos no deserto,
de rostos sem nome e sem forma, continua.
no meio do deserto, pinga
sangue e grãos de areia, esfinge
no deserto, continua. Na direita
ao nome de um líquido espesso que deveria ser
essencial, medido em toneladas, continua.
os moinhos divinos moem lentamente
farinha fina, mares de poeira sem sentido.

Traduzido por Barbara Juršič

Poesia que soou em esloveno pela primeira vez no ano passado
As obras de Ana Luisa Amaral foram traduzidas para vários idiomas. Sua coleção de poesias foi publicada no ano passado pela editora Beletrina O que há em um nome Em tradução Barbara Juršič. A coleção reúne o cotidiano e o cósmico, o poético e o político, a compaixão e a ironia, a admiração e a decepção.

Poemas do Leitor”levam a pensar as conexões entre a poesia e o mundo na originalidade, refinamento e precisão característicos do autor, que é um dos mais destacados criadores da poesia lírica contemporânea“, escreveram na Beletrina, que a convidou como convidada de honra das Jornadas da Poesia e do Vinho do ano passado.A poesia é nosso fraco esforço para alcançar a totalidade, a perfeição, mas é claro que isso é impossível,” ela disse ao STA durante sua visita à Eslovênia, entre outras coisas.

A arte é imperfeição
No ano passado, Ana Luisa Amaral foi também apresentadora do programa Vistas e Reflexões no 3º programa da Rádio Eslovénia – programa Ars. Então ela disse, entre outras coisas, que “o objetivo principal da poesia, pelo menos a sua poesia, é tentar alcançar o som do silêncio. Seria perfeito. No entanto, poesia ou arte não é perfeição. A arte é imperfeição. Acredito que toda arte busca a perfeição, mas ao mesmo tempo percebe que nunca poderá alcançá-la. É sempre nessas fendas entre perfeição e imperfeição, entre fracasso e possibilidade.

Uma conversa com a poetisa portuguesa Ana Luisa Amaral

Ao longo dos anos, recebeu vários prémios, incluindo o Prémio Giuseppe Acerbi, o Grande Prémio de Poesia da Sociedade de Escritores Portugueses, o Premio Internazionale Fondazione Roma: Ritrati di Poesia e o Prémio PEN de Ficção. No ano passado, ela também recebeu o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, o prêmio de poesia mais prestigiado do mundo de língua espanhola e portuguesa.

Homenagem da mídia portuguesa e da liderança nacional
Após a notícia da sua morte, tanto os meios de comunicação social portugueses como o alto governo prestaram homenagem a Ana Luísa Amaral. Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa salientou em nota online que entre a publicação dos livros das suas obras reunidas em 2005 e 2010, o seu nome revelou-se indispensável quando se fala da poesia portuguesa das últimas décadas – não pelas semelhanças com outros autores, mas pelas peculiaridades de que distingue deles: um certo tema, uma certa imagem, um certo tom, melódico, dissonante, tocante e irônico.

Lourenço Miranda

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