“As funções do primeiro-ministro não são compatíveis com qualquer dúvida sobre a minha integridade. Nestas circunstâncias, apresentei a minha demissão ao Presidente da República, que terá agora de a aceitar oficialmente”, anunciou. António Costa. Pouco depois, ele é o presidente do país Marcel Rebelde de Sousa também aceitou a sua demissão e convocou uma reunião com os partidos parlamentares sobre o tema das eleições antecipadas para quarta-feira.
No comunicado do Ministério Público, afirma-se que os suspeitos interrogados durante a investigação mencionaram frequentemente o “nome e autoridade” do Primeiro-Ministro. À luz disto, está também em curso uma investigação separada, centrada, entre outros, em Costa. O Ministério Público publicou a declaração após uma série de investigações internas, inclusive nos ministérios do meio ambiente e infraestrutura e no gabinete do primeiro-ministro.
Segundo a imprensa local, Costa reuniu-se com o presidente português pouco depois do início das investigações. Depois de deixar o palácio presidencial, no entanto, a emissora pública RTP informou que o presidente tinha telefonado para a procuradora-geral de Portugal, Lucilia Gaga.
Disputada movimentação de concessões para extração de lítio
A investigação centra-se no polémico tratamento das concessões de extração de lítio e no projeto de produção de hidrogénio e do data center, que a empresa Start Campus deverá construir na cidade de Sines. O projecto deverá ser financiado com vários milhares de milhões de euros de fundos europeus.
Até ao momento, segundo o Ministério Público, a polícia deteve o chefe do gabinete do primeiro-ministro, Vitor Escaria, e, segundo a imprensa local, também o seu conselheiro Diogo Lacerda e a presidente da Câmara Municipal de Sines, Freira Mascarenhas, o Bruxelas portal Politico relata.
No âmbito da investigação, o Ministério Público também acusou o presidente do conselho executivo da Agência Portuguesa de Proteção do Ambiente, noticia a agência noticiosa francesa AFP.