Socialistas de Portugal escolhem jovem novo líder para eleições de março

LISBOA (Reuters) – O Partido Socialista (PS) de Portugal elegeu neste sábado Pedro Nuno Santos para liderá-los nas eleições parlamentares antecipadas de 10 de março, após a renúncia de Antonio Costa como primeiro-ministro e líder do partido no mês passado em meio a uma investigação de corrupção.

O antigo ministro das Infraestruturas, de 46 anos, derrotou o ministro do Interior em exercício, José Luís Carneiro, que era visto como um candidato mais moderado, com 62% dos votos para se tornar secretário-geral do PS.

Nuno Santos, que se descreve como “neto de sapateiro, filho de empresário”, é da ala esquerda do partido de centro-esquerda e é conhecido por coordenar com sucesso o apoio no parlamento a um governo anterior com a extrema-esquerda em 2015 -2019.

Costa, no poder desde 2015, renunciou em 7 de novembro devido a uma investigação sobre supostas ilegalidades na gestão de projetos de energia verde por seu governo. O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições antecipadas para 10 de março.

O próprio Nuno Santos demitiu-se no final de 2022, num escândalo em torno de uma grande indemnização por despedimento da companhia aérea estatal TAP, que supervisionou como ministro das Infraestruturas. Embora o escândalo tenha prejudicado a sua popularidade, os analistas há muito que o veem como o sucessor de Costa.

Nuno Santos elogiou Costa no seu discurso de vitória, elogiando o forte crescimento económico dos últimos anos, a estabilidade financeira e uma redução significativa da dívida pública

“Queremos construir Portugal onde ninguém seja excluído ou esquecido”, afirmou, defendendo um Estado-providência forte, acrescentando: “Não queremos que o Estado substitua as empresas, queremos as empresas como parceiras”.

Expandir

O seu principal rival nas próximas eleições gerais é Luis Montenegro, 50 anos, do Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, que prometeu cortes de impostos numa tentativa de garantir a maioria e disse esperar que a implosão da administração socialista maioritária jogue em suas mãos.

A maioria das sondagens de opinião colocam o PS lado a lado com o PSD, e muitos analistas temem um atoleiro pós-eleitoral e um potencial fortalecimento do papel do partido populista e anti-establishment Chega.

Estela Costa

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